As muitas evoluções são necessárias para o embedded finance
Para avançarmos com o Embedded Finance, precisamos mais do que integração: precisamos de inteligência, flexibilidade e centralidade do cliente.

A gestão financeira das empresas foi desenhada especialmente para orbitar em torno de bancos. Isso não era apenas uma questão técnica — era uma imposição cultural e operacional, com inúmeras vantagens e desvantagens. Com o avanço das fintechs e o surgimento do conceito de embedded finance, houve uma disrupção importante: passamos a integrar serviços financeiros diretamente em plataformas já usadas no dia-a-dia das empresas. Isso melhorou muito a experiência do usuário final e abriu novas possibilidades para soluções de tecnologia. Mas o mercado pede mais.
Hoje vivemos um cenário fragmentado. A liberdade conquistada com a descentralização dos serviços financeiros trouxe, paradoxalmente, novas complexidades. Uma empresa que trabalha com múltiplas contas, adquirentes e registradoras precisa navegar entre diferentes interfaces, conciliando dados em tempo real para garantir eficiência, segurança e visão estratégica. Ou seja: ainda que o embedded finance esteja mais presente, nem sempre é suficiente.
A nova fase do embedded finance
Não basta integrar serviços financeiros. É preciso criar ambientes que consigam centralizar informações, promover automações e permitir decisões baseadas em dados atualizados em tempo real. As empresas não querem mais apenas plugins de pagamento ou crédito – elas precisam de plataformas que funcionam como hubs completos de gestão financeira.
Essas plataformas devem ser multibanco e multiadquirentes, sem aprisionar a empresa a uma instituição específica; customizáveis, para respeitar a identidade visual e as necessidades de cada operação; capazes de analisar crédito com base em dados comportamentais e históricos financeiros, sem depender exclusivamente dos modelos tradicionais; e preparadas para se integrar de forma fluida aos ERPs, que continuam sendo o centro nervoso da gestão empresarial. E acima de tudo, devem conectar todas as pontas: bancos, financeiras, crédito, logística, supply e ERPs. Tudo em um só lugar.
ERPs, aliás, têm um papel fundamental nessa evolução.
Os ERPs estão em uma posição estratégica para oferecer soluções financeiras que agregam valor ao seu próprio serviço. A integração nativa de serviços bancários, análises de crédito, gestão de recebíveis e previsões de fluxo de caixa pode transformar esses sistemas em plataformas completas, gerando novas receitas e ampliando a fidelização dos clientes.
Estamos diante de um momento-chave para o embedded finance no Brasil e no mundo. Entramos em uma era de maturidade, onde eficiência, segurança e flexibilidade serão os principais critérios de escolha. Para chegar lá, precisamos de soluções que olhem para o futuro com pragmatismo: menos hype, mais interoperabilidade real; menos dispersão, mais foco em gerar valor para quem está na ponta.
Informações precisas para decisões inteligentes. Essa é a evolução que o setor precisa. E ela já começou.
—Edson Silva, fundador e presidente da Nexxera