O futuro do crédito começa onde os dados se encontram

No Brasil, crédito é sinônimo de alavanca econômica – e também de inclusão social. Para muitas empresas, especialmente no varejo e entre pequenos fornecedores, capital de giro na hora certa é a diferença entre crescer ou deixar de existir.

Em 2023, mais de R$5,8 trilhões circularam em concessões de crédito no Brasil, segundo o Banco Central. Ainda assim, o acesso segue desigual. Cerca de 37% das empresas que tentaram crédito tiveram seus pedidos negados, muitas vezes por ausência de histórico consolidado ou garantias formais.

Esse dado revela um ponto crítico: o mercado toma decisões com base em informações parciais. E mais, não precisa somente de mais informação: precisa de dados conectados.

O crédito, quando isolado da operação, vira aposta. Quando integrado a toda a cadeia de negócios, vira inteligência. Entender quem paga, quem recebe e como o fluxo circula é o que possibilita decisões mais rápidas, inteligentes e seguras — para todos os lados.

A transformação não está em substituir o sistema financeiro. Está em potencializá-lo. Bancos, empresas e fornecedores ganham quando compartilham uma base comum de dados confiáveis, em tempo real. Quando deixam de olhar apenas para o tomador e passam a observar a cadeia como um todo.

Esse é o papel da tecnologia: conectar os pontos. Criar trilhas entre ERP, registradoras, instituições financeiras e fornecedores. Reduzir ruídos. Ampliar a visibilidade. Acelerar o que antes era travado.

O crédito do futuro será mais distribuído. Mais rápido. Mais estratégico. E para isso, precisamos construir confiança de forma contínua.

Não se trata de romper. Trata-se de integrar. Porque crédito não é um favor: é parte do fluxo, do processo.
E toda empresa, grande ou pequena, tem o direito de participar — com dados, com critério e com visão de longo prazo.

O desenvolvimento financeiro do país não virá da exceção. Virá do ecossistema.

—Edson Silva, fundador e presidente da Nexxera